sexta-feira, 30 de abril de 2010

SOBRE O QUE SE TEM, O QUE SE QUER E O QUE LHE FALTA...

O fato de ser um paliativo afetivo o amedrontava , como qualquer um queria se sentir querido e único.
Com seu ideais românticos desvalorizados sentia-se inseguro, sentia como sendo ridículo e ultrapassado , a cada dia era tomado por uma enorme vontade de por fim ao que lhe incomodava.
Prender-se ao que supunha ter , fazia-o perder tempo na busca do que realmente desejava , não percebia naquela relação a troca, a cumplicidade que sempre desejára ter.
Estavam os dois em um café no centro cultural que tanto gostavam , e o olhar do outro via através dele como se vê através de um vidro muito limpo , naquele momento sentiu um profundo desconforto, sentiu-se ridículo por valorizar tanto um momento a dois que na verdade era o momento de um só.Queria correr , sair dalí sem comentários , sem que alguém percebesse a sua angústia...
Não era a primeira vez , tambem não era a segunda ou a terceira mas sabia que el algum momento teria que decidir que fosse a última.
Seus instintos sempre lhe foram fiéis e nunca o enganaram , mas toda vez que os ignorou se arrependeu.

domingo, 25 de abril de 2010

VALE A PENA SUBLIMAR ?

Em tempos confusos e tempestuosos a melhor coisa a fazer é ficar quieto e esperar a crise passar.
Mas será que vale a pena fingir que não vê que quem teóricamente devia te apoiar continua vivendo a própria vida como se nada tivesse acontecendo com você?
Até onde este sentimento de "estou sozinho" é parte do problema e até onde é real?
Alguém com um longo histórico de carência afetiva com certeza poderia estar valorizando demais a situação e criando situações onde elas não existem.
Tambem o fato de perceber o fechamento do outro , a individualidade afetiva afeta constantemente a relação , é como se houvesse uma certa "desonestidade" emocional que estabelecia limites de até onde era permitido ir.
Poderia ser tambem o maldito hábito de análise adquirido com anos de terapia, o hábito de observar e procurar em toda ação do outro mensagens sobliminares ...confuso.
Sabia ele que poderia encontrar em algumas relações de amizade mais companheirismo do que encontrava em seu par.
Talvez devesse pensar como Fernando Pessoa em seus versos que dizia que as coisas são desprovidas de sentido oculto , seriam as coisas por sí somente seu próprio sentido.
Restava a ele a certeza de que ao contrário do que afirmou alguem de quem ele não se lembrava o nome de que "somos todos uma ilha" , e neste momento específico uma ilha fria , desértica e sem vida , restava tambem a esperança de que tudo fosse somente mais um efeito da crise.
Sabia tambem que seria um alívio ser abraçado , que lhe apertassem contra o peito e que ouvisse de seu par o que já sabia , que a crise iria passar.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

FORMADORES DE AMEBAS MONSTRO

Formadores de opinião , quem nunca ouviu isso?
São pessoas que ditam tendências , coisas como o que comer , onde ir ou como se vestir entre outras tantas.
Admito que não me interessam pois considero chato e deselegante a coisa toda , todo este mix de posturas forçadas e falta de individualidade me assusta.
Minha visão pessoal me diz do charme que é "andar na contramão" das tendências ter boa personalidade, um certo individualismo gentil que não ofende e respeita o que não é semelhante.